O acne felino é uma patologia, dermatológica, relativamente frequente e que pode ter várias causas.
Afeta
gatos de ambos os sexos e pode aparecer em qualquer idade, podendo ter
um caráter cíclico ou então persistir durante toda a vida do animal.
Afeta sobretudo a zona do mento e os lábios, sendo o inferior mais frequentemente afetado.
Qual a causa e a patogenia desta doença?
O acne felino é uma patologia
idiopática, que tem vários factores predisponentes como sejam: defeitos
localizados de queratinização, alterações nos folículos pilosos,
hiperplasia das glândulas sebáceas, grooming insuficiente, stress,
patologias víricas (como por exemplo FIV e FELV), sarna demodécica,
dermatofitiases, dermatites de contacto e doenças alérgicas.
Os folículos pilosos começam por ficar distendidos, com conteúdo lípidico e queratina.
Se estes folículos se rupturam e o seu conteúdo se dispersar pela derme, ocorre uma reacção inflamatória.
A infecção bacteriana secundária dos folículos leva a foliculites que podem inclusive evoluir para furunculoses.
Quais os sintomas que o seu gato pode ter?
Os gatos podem ter um só episódio, podem ter vários de forma cíclica, ou podem apresentar esta patologia durante toda a vida.
As
zonas mais afectadas são sobretudo os lábios, principalmente o inferior
e a zona do mento, variando a extensão e gravidade das lesões de animal
para animal.
Os animais começam por apresentar comedões no mento e
lábios, inicialmente assintomáticos, estas lesões podem no entanto
evoluir para pápulas eritematosas, pústulas, foliculites, furunculoses e
celulite sendo estas já pruriginosas.
Em casos mais severos pode
mesmo haver alopécias na região afectada e o mento e lábios podem estar
edemaciados e dolorosos, podendo o animal apresentar uma linfoadenopatia
regional.
Como se diagnostica esta patologia?
O diagnóstico é feito por observação
de lesões compatíveis, ao exame físico e recorrendo a diferentes exames
complementares de diagnóstico como sejam: observação microscópica de
citologias por impressão e de raspagens cutâneas, cultura fúngica,
cultura bacteriana.
Nos casos de diagnóstico mais difícil poderemos recorrer a biopsia, enviando-se a amostra recolhida para exame histopatologico.
Como tratar esta patologia?
Normalmente não se consegue atingir a
cura total, podendo controlar-se a doença com tratamentos periódicos ou
contínuos. Se houver alguma causa predisponente, devemos começar por a
tratar.
Animais que apenas apresentem poucos comedões e estejam
assintomáticos podem não necessitar de tratamento, animais que tenham
muitos comedões e seborreia devem fazer um tratamento tópico com uma
solução anti séptica e um champô anti-seborreico.
Se o animal
apresentar uma infecção bacteriana secundária o animal devera ser
tratado com: antibiótico sistémico, durante um período que poderá ir de 2
a 6 semanas, antibiótico e retinoides locais e champô anti-seborreico.
Em casos mais severos onde haja furunculose, poderá ser necessário recorrer a uma cortica terapia sistémica.