Origem
Tal como nas histórias infantis, também aqui há um Era uma vez…, pois tudo começa num momento preciso, a década de 50 do século XX, quando uma criadora de gatos norte-americana, Nikki Horner, se propôs a desenvolver um gato que fosse uma miniatura de pantera. O desafio estava lançado e Nikki Horner, de Louisville, cidade do estado do Kentuky, só pararia quando percebeu que tinha alcançado o seu objectivo. Porém, nem tudo foram facilidades e os revezes iniciais foram bastante desencorajadores. Nikki começou o seu projecto cruzando Birmaneses com gatos American Shorthair de cor preta, mas os resultados estavam longe do pretendido. Sem desistir do seu propósito, e ciente de que este era exequível, Nikki recorreu, anos mais tarde, a uma nova leva de gatos. Foi nessa altura que tudo começou a ganhar forma. Obteve, então, os primeiros gatos com um bom desenvolvimento muscular e um pêlo muito curto, já perto do tom de preto sólido que pretendia.
O pêlo, de um profundo tom de preto, cobre-o da ponta do nariz às almofadas das patas...
História
A história da raça passa ainda pela Grã-Bretanha, onde a mesma raça Birmanesa começou a ser cruzada com a raça British Shorthair, mas foi Niki Horner, a grande impulsionadora e responsável pelo nascimento de mais esta raça, à qual deu o nome Bombaim, nome de uma cidade indiana, por a Índia ser o país natal da pantera negra, animal selvagem que serviu de modelo para este dócil gato doméstico. Cerca de 18 anos depois das primeiras experiências de Nikki, o Bombaim foi aceite, sendo reconhecido mundialmente como uma raça oficial de gatos. Logo em 1976, o Bombaim entra no primeiro campeonato, uma espécie de passarela dos felinos. Hoje em dia, os criadores ainda recorrem ao Birmanês, a fim de garantir o tipo físico e a textura delicada e suave da pelagem, mas muito raramente, ou mesmo nunca, se voltou a utilizar o American Shorthair, com o qual se deu o arranque da raça.
A razão é simples: é bastante fácil obter o manto negro desejável sem a interferência desta segunda raça, a qual, por seu turno, introduz um tipo físico pouco apelativo.
Talvez por isso, o Bombaim e o Birmanês são tão semelhantes. De tal forma que por vezes, apenas um entendido os distingue. Daí que a própria Nikki Horner, mãe da raça, se refira a estes gatos como Birmaneses pretos. Para tirar dúvidas, saiba que o Bombaim tende a ser maior, a ter o corpo mais longo, as patas mais altas e a ter uma quebra do nariz diferente da do Birmanês. Além de que o gene da cor preta é dominante no Bombaim. Estão, pois, feitas as apresentações bem como as necessárias distinções. Inteligente, carinhoso e dedicado, ele vive para mimar e receber mimos
Morfologia
O Bombaim caracteriza-se, acima de tudo, pela uniformidade da pelagem curta de cor negra, que o cobre da ponta do nariz até às almofadas das patas. O pelo é ainda brilhante e muito suave. O seu corpo é de tamanho médio, porém, musculado, encimado por uma cabeça arredondada, de queixo firme e nariz curto. Dela despontam orelhas proporcionais, também elas médias, de pontas ligeiramente boleadas na ponta e ligeiramente voltadas para a frente, o que dá ao gato a expressão de permanente alerta, como a sua parente selvagem. Outro ponto de convergência com o grande felino preto da Índia é o tamanho dos seus olhos, grandes, redondos, brilhantes e acobreados — ou dourados —, já para não voltar a referir o seu manto curto, negro (da raiz à extremidade das cerdas) e reluzente como o de uma pantera. É ainda um gato surpreendentemente pesado, tendo em conta o tamanho. É um animal fisicamente equilibrado, onde tudo parece obedecer a uma harmoniosa proporcionalidade. Todavia, esta é a descrição de um Bombaim adulto, já que as crias, até aos dois anos, podem apresentar uma pelagem mais clara, começando a escurecer por volta dos seis meses de vida.
Temperamento
Também neste aspecto, o Bombaim lembra o Birmanês. São gatos calmos que apreciam a vida em apartamentos, mesmo que tenha de os partilhar com outros animais, incluindo cães, aos quais se adaptam na perfeição. É um gato inteligente que aprende depressa, incluindo a trazer objectos, a fazer truques, a obedecer a regras e até a passear de trela. Adora jogos e brincadeiras e aninhar-se em locais quentes, com predilecção por camas. Alguns Bombaim são muito palradores, mas outros há que mal vocalizam. Constante é a sua dedicação aos humanos, procurando a sua companhia e ligando-se a eles afectivamente. Mas é exigente, contabiliza a retribuição de mimos, a qual deve corresponder ao muito afecto que dá aos donos. É igualmente dedicado a todos os membros da família, perto de quem procura estar. Mas não gosta de barulhos nem confusão, precisando ainda de momentos só para si, o que é revelador do seu carácter tranquilo e pacífico. Do seu ponto de vista, não vê necessidade de sair de casa, principalmente se tiver vários colos à escolha, aos quais soma sem timidez, o das visitas.
Bombaim por ser o nome de uma cidade indiana, país natal da pantera
Prós e Contras
O Bombaim, é um gato caseiro, que aprecia a vida em apartamentos. É pouco tolerante com outros gatos, já que gosta de ser o gato dominante, centrando as atenções e afecto dos donos, de quem gosta de receber carinho na mesma dose generosa com que o dispensa. É, sem dúvida, um excelente animal de companhia, activo, brincalhão e criativo, capaz de inventar mil e uma maneiras de se entreter. Mas exige atenção, ou seja, não é recomendável deixá-lo sozinho durante longas horas, pois pode ressentir-se da solidão. Um factor importante a ter em conta é a sua precoce maturidade sexual. Quem não estiver interessado em procriar a raça, deve pensar em castrar os machos ou esterilizar as gatas entre os seis e os nove meses, havendo mesmo casos de paternidade com apenas cinco meses de idade. Um fenómeno que não é acompanhado pela sua maturidade física, a qual é mais lenta, só alcançando o pleno desenvolvimento muscular perto dos dois anos de vida. No que toca ao pêlo, nada de stress, pois tamanha beleza requer, afinal, muito pouca manutenção e uma simples luva de borracha resolve a questão. Experimente acariciá-lo de quando em vez com uma luva de veludo e espante-se com o resultado: brilhante e sedoso como o de uma pantera. Fora isso, deixe que seja o próprio animal a cuidar da sua higiene. Ele fá-lo melhor do que ninguém.
Fonte:instinto.pt.com
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