O
Processo de Envelhecimento de nossos Cães
(como podemos ajudá-los)
(uma
tradução livre do site que contém o artigo:
The Aging Process - How We Can Help (Holly
Frisby, DVM, MS)
Assim
como acontece com os humanos, esperamos que algumas mudanças ocorram
no corpo de nossos animais à medida em que eles envelhecem. Estas mudanças
podem não ser as mesmas em cada espécie. Em alguns animais, como
os pequenos cães de companhia, problemas cardíacos são
comuns, enquanto que nos gatos, por exemplo, os rins podem ser os primeiros
orgãoes a dar sinais de envelhecimento. Podemos ajudar, de muitas maneiras,
nossos animais de estimação a enfrentar e se adaptar a estas mudanças:
diagnosticando precocemente os problemas, usando medicamentos e suplementos
apropriados, modificando o ambiente, a alimentação e suas atividades,
assim como a maneira como interagimos com estes velhos e queridos amigos.
1. Mudanças
em necessidades nutricionais
À
medida em que os cães envelhecem, seu metabolismo muda e diminuem suas
necessidades calóricas. Estas, em geral, decrescem uns 20%. Em função
de um simultâneo decréscimo de suas atividades, não devemos
alimentá-los com o mesmo volume de comida que fazíamos quando
eram jovens porque, deste modo, irão inevitavelmente ganhar peso e tornarem-se
obesos. A obesidade é um dos maiores problemas de saúde em cães
idosos e contribui de modo decisivo para o surgimento ou agravamento de outras
patologias. Além de diminuirmos as calorias, devemos procurar aumentar
o volume de fibras e diminuir a gordura em sua alimentação. Dependendo
da orientação veterinária, agora também será
a hora de acrescentarmos suplementos e vitaminas à sua alimentação.
Claro que a diminuição de +- 20% de seu alimento deve ser feita
de forma gradual.
Guia
geral de recomendações de alimentação para cães
idosos:
- Objetivos
maiores:
- 1.
Manter a saúde e o peso ideal para a idade;
- 2.
Impedir ou tornar mais lenta a progressão de doenças;
- 3.
Minimizar ou melhorar os sinais clínicos de doença existente.
-
- Rotina diária
consistente, afim de minimizar o stress;
- Multiplas
refeições diárias com intervalos regulares;
- Alimentos
agradáveis e com odor mais forte;
- Dieta com
baixa proteína, pouca gordura e de boa qualidade;
- Cuidados
dentários rotineiros;
- Exercício
diário moderado;
- Dieta terapêutica
quando necessária.
2. Mudanças
no pelo e na pele
Do
mesmo modo que os humanos, o cão idoso pode apresentar gradual embranquecimento
dos pelos, principalmente no focinho e ao redor dos olhos. Seu pelo pode se
tornar mais fininho e sem brilho, ainda que isto também possa ser sintoma
de doença ou deficiências nutricionais. Suplementos de ácidos
graxos podem auxiliar a restaurar um pouco do brilho original da pelagem mas
estas mudanças sempre devem ser acompanhadas por um veterinário.
Cães mais velhos podem necessitar de escovação mais frequente,
com atenção especial ao abdomem e à área anal. Escovação
é uma ótima maneira de se ter um tempo gostoso com nossos velhos
amigos caninos, que vão adorar esta nova rotina. A escovação
também é uma ótima maneira de se detectar pequenos tumores
na pela ou outros problemas e de ter a oportunidade para poder apalpar o abdomem
e as mamas em busca de qualquer alteração suspeita.
A
pele dos cães mais idosos torna-se mais fina, menos elástica e
mais propensa a machucados. Alguns cães podem também desenvolver
múltiplos tumores benignos de pele (ou verrugas) que não devem
ser removidos a não ser que sejam alvo de machucados freqüentes.
Tumores cancerosos também podem ocorrer. Pele seca pode ser um problema
para alguns cães idosos e ácidos graxos podem ajudar a aliviar
isto.
3. Calos
É
comum para cães idosos de raças maiores desenvolver calos em seus
cotovelos. Parte da razão para isto acontecer é a tendência
dos cães idosos de serem menos ativos e permanecerem mais tempo deitados,
especialmente se a superfície é dura. Providenciar uma cama macia,
almofadas ou um simples colchonete, pode diminuir o problema e os ossos de seu
amigo irão lhe agradecer. Cremes ou óleos amaciam a região.
4. Unhas
quebradiças
Assim
como vemos mudanças no pelo, as unhas mudam e tendem a tornar-se ressecadas
e quebradiças. Devem ser aparadas com cuidado e regularidade para prevenir
acidentes. Uma vez que estes cães fazem menos exercícios, também
existem menos oportunidades para um desgaste natural de suas unhas.
5. Decréscimo
na mobilidade
A artrite
é uma ocorrência bastante comum em cães idosos, especialmente
em cães de grande porte ou em cães com um espaço maior
entre as patas dianteitas e traseiras, como os Dachshunds and Bassets, raças
com tendência a doenças intervertebrais (do IV disco). Cães
que tiveram acidentes ou algum problema em suas articulações quando
jovens também tem tendência a desenvolver artrite quando envelhecem.
Assim como nos humanos, a artrite pode causar apenas um pequeno enrigecimento
ou se tornar uma limitação debilitante e terrivelmente dolorosa.
Os cães podem ter dificuldades em subir ou descer escadas, pular para
dentro do carro ou mesmo erguer-se rapidamente quando acordam.
Chondroitin
e glucosamina em doses específicas, como em Drs. Foster, Smith Joint
Care e Cosequin, podem ser de grande ajuda. Existe muita literatura veterinária
e humana sobre o uso destes medicamentos. Remédios anti-inflamatórios
e para a dor como aspirinas, iboprofen e outros, também são recomendados
mas podem causar gastrite e úlceras. JAMAIS administrá-los
em jejum ou por longo tempo.
Exatamente
como com os músculos humanos (if you do not use them, you lose them),
os cães idosos mais inativos tendem a perder tonicidade e massa muscular
e isto pode tornar seus movimentos mais difíceis e, assim, eles se movem
menos, etc.: um círculo vicioso se instala. O exercício moderado
é importante: caminhadas mais curtas e freqüentes, oportunidades
para nadar sem stress e por um tempo curto, ou outras rotinas semelhantes, devem
ser pensadas para manter os músculos em atividade mas sem lesionar ou
extenuar o animal.
Rampas,
banquetas para manter seus pratos de comida e água numa altura confortável,
camas com colchonetes ortopédicos, roupa ou cobertor para mantê-los
aquecidos, etc., são coisas que auxiliam os cães idosos a manterem
uma maior qualidade de vida.
6. Doenças
dentais
A doença
dental é a mudança mais comum dos cães idosos. Pesquisas
mostram que, aos três anos, 80% dos cães mostram sintomas de doenças
nas gengivas ou nos dentes. Rotinas dentais como ter ossos verdadeiros e/ou
de "couro" para roer e até mesmo a escovação
dental com escova apropriada, ajudam a minimizar a doença dental, retardando
ou mesmo prevenindo o surgimento de tártaro e das cáries. Os cães
que não recebem estes cuidados podem vir a desenvolver problemas dentários
a medida em que envelhecem e até desenvolver complicações
sérias. A limpeza do tártaro realizada com regularidade pode estar
indicada inclusive para atenuar ou evitar o mau-hálito. A retirada de
dentes cariados, quebrados ou com alguma doença periodental pode trazer
grande alívio ao animal. Faça check-ups periódicos em seu
amigo canino.
7. Redução
da mobilidade gastrointestinal (constipação)
`A
medida em que os cães envelhecem, o movimento da comida através
do trato digestivo torna-se mais lento. Isto pode resultar em constipação.
Ela é mais comum em cães que experimentam algum tipo de dor ao
defecar, como aqueles com displasia de quadril ou displasia da glândula
anal. A inatividade também contribui para a constipação.
Este quadro pode também ser sintoma de outras doenças, razão
pela qual esta é uma indicação para uma avaliação
veterinária. Dietas com maior quantidade de fibras e, eventualmente,
laxativos, podem ser recomendados. Também é importante que o cão
disponha de água fresca à vontade.
8. Decréscimo
no sistema imunológico
Outra
decorrência do envelhecimento, o sistema imunológico já
não funciona de modo eficiente e o cão idoso está mais
sujeito a desenvolver doenças infecciosas e, nestes casos, a infecção
se apresenta com mais gravidade do que num cão jovem. É importante
manter seu velho amigos com todas as vacinas em dia. Infestações
de pulgas, carrapatos e vermes devem ser imediatamente combatidas.
9. Diminuição
da função cardíaca
À
medida em que o coração de seu amigo canino envelhece, ele perde
um pouco de sua eficiência e deixa de ser capaz de bombear a quantidade
de sangue necessária (num certo intervalo de tempo). As válvulas
do coração perdem um pouco de sua elasticidade e isto também
contribui para uma diminuição de sua eficiência de bombeamento.
A válvula mitral é a que está mais comumente envolvida
nestes quadros, especialmente entre as raças pequenas. Alguma mudança
na função cardíaca é normal. Entretanto, as mudanças
mais severas podem ocorrer em cães que tiveram algum problema cardíaco
quando jovens, apresentam algum problema congênito ou, como nos humanos,
quando estão muito acima do peso adequado. Exames para um diagnóstico
correto, como radiografias, eletrocardiogramas (EKG) e ecocardiogramas
devem ser feitos. Vários medicamentos podem estar indicados, dependendo
do tipo e da gravidade de cada caso.
10. Diminuição
da capacidade pulmonar
Os
pulmões também perdem sua elasticidade durante o processo de envelhecimento
e a capacidade de oxigenar o sangue também pode estar diminuída.
Alguns problemas cardíacos podem fazer refluir líquidos para os
pulmões que, gradualmente, ocupam o espaço do ar tornando o cão
ofegante e facilmente cansável. Cães idosos também tem
mais tendência a terem infecções respiratórias.
11. Diminuição
da função renal
Com
a idade, os animais correm um maior risco de doenças renais. Isto pode
ser devido a mudanças no próprio rim ou como resultado da disfunção
de outros orgãos, como o coração - que se não estiver
funcionando direito, diminuirá o fluxo sangüínio ao rim.
A função renal renal pode ser medida através de exames
bioquímicos no sangue e análise de urina. Estes testes podem identificar
problemas antes de que sintomas físicos os denunciem. O mais frequente
sinal de doença renal que pode ser observado pelos donos é o aumento
marcado no consummo de água e na eliminação de urina, mas
isso geralmente não ocorre até mais ou menos 70% da função
renal estar perdida.
Se
os rins não estiverem funcionando normalmente, dieta e medicamentos podem
auxiliar o cão idoso a eliminar os resíduos tóxicos produzidos
pelo funcionamento normal biológico.
12. Diminuição
da função do fígado
Apesar
de o fígado ser um orgão incrível e único
na sua capacidade de regeneração, envelhece do mesmo modo que
os demais orgãos do corpo. Sua habilidade de desentoxicar o sangue e
de produzir numerosas enzimas e proteínas diminui com a idade.
Algumas
vezes as enzimas podem estar aumentadas de forma anormal num animal aparentemente
normal e saudável. Outras vezes num animal com doença hepática
aparente, a análise das enzimas acusa um resultado normal. Isto, naturalmente,
dificulta bastante a interpretação destes testes.
E
porque o fígado metaboliza muitos medicamentos e anestésicos,
a dose destas drogas deve ser diminuída se a função hepática
já não está mais normal.
Fonte: levacov.eng.br