“Quando a síndrome do vestibular é diagnosticada adequadamente por um médico veterinário em tempo hábil, há diminuição e até afastamento total da lesão”
Essa síndrome pode acometer gatos em qualquer idade, não há relação com sexo nem raça. Origina-se na disfunção dos receptores vestibulares periféricos no ouvido interno. Dificilmente esta patologia acomete os dois condutos auditivos.
Para ser concretizado o diagnóstico precisam ser avaliados os sinais clínicos do animal, tais como: alterações de conduto auditivo – otite externa, média ou interna; sarna de ouvido; pólipos e neoplasias, entre outros.
O animal pode apresentar ataxia quando:
• Faz posições variadas ao caminhar sem coordenação e balança a cabeça;
• Inclina a cabeça de modo que uma orelha fique mais baixa do que a outra – isto ocorre pela perda da sensibilidade do músculo antigravitante lateral da garganta;
• Executa movimentos circulares;
• Estrabismo – onde ocorre posição anormal dos globos oculares e nistagmo – movimento inadequado do ritmo dos globos oculares.
Os sinais clínicos não progridem e os laboratoriais normalmente apresentam apenas leve desvio à esquerda, relacionados a processos inflamatórios. Alguns felinos apresentam ainda vômito, queda de pelo, dificuldade de posicionamento dos membros e anorexia. Nestes casos aconselha-se ao proprietário internação durante as primeiras setenta e duas horas de tratamento.
Quando a síndrome do vestibular é diagnosticada adequadamente por um médico veterinário em tempo hábil, há diminuição e até afastamento total da lesão. Após conclusão com o diagnóstico clínico e com radiografia de face e crânio, deve-se utilizar como tratamento inicial o afastamento do gato para local tranquilo sem estimulação de outros animais nem forte iluminação.
Há necessidade da utilização de antieméticos e antivertiginosos e, em algumas situações, administração de medicação anti-inflamatória. O prognóstico para recuperação é ótimo. O animal volta às atividades normais após um período de 30 a 60 dias. Alguns felinos, porém, podem ficar com alteração residual de inclinação de cabeça e a ocorrência de recidivas ao longo do tempo.
Rachel Borges, médica veterinária.
vet.rachel@gmail.com
Fonte:revistapulodogato.com.br
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