Também chamado de Coupari pelos canadenses, a raça também
já teve outros nomes, como ‘flops’. As características dos gatos
Scottish Fold (‘pregas ou dobras
escocesas’) não se diferenciam muito das características dos British
Shorthair já que é com eles que se acasalam. Os Scottish Fold nada mais
são do que gatos British shorthair
com o gene das orelhas dobradas.
DESCRIÇÃO:
Da mesma forma que o gato British shorthair, o
gato Scottish Fold parece também ser o companheiro ideal para pessoas
que têm o estilo de vida
urbano de hoje em dia, com muito trabalho e correria. O gato Scottish
Fold se adapta muito bem à vida em apartamento e parece também ser a
companhia recomendada para
pessoas muito ocupadas e que não dispõem de muito tempo para escová-lo
ou para lhe dar atenção. Tende a ser mais independente e mais reservado.
Se for o caso de donos
que viajem muito, recomendamos que haja a companhia de um outro
gatinho, que pode ser de outra raça, para que ambos se façam companhia.
Os gatos da raça Scottish Fold
apresentam porte compacto, robusto e bem redondo, cabeça redonda, testa
curvada, olhos grandes e redondos, nariz largo e curto. As orelhas
dobradas são a marca registrada
dessa raça. Elas devem ser dobradas para a frente e para baixo, com
pontas arredondadas e com inserção não muito alta, como se fossem um
‘gorro’. Esta característica
aparece somente nos gatinhos depois da terceira semana de vida. Eles
têm pelo curto, espesso, muito denso, como se fosse pelúcia. As orelhas
podem apresentar uma, duas ou
até três dobras.
CORES:
Todas as cores dos gatos British Shorthair.
HISTÓRIA:
De acordo com Grace Sutton, há pouco tempo,
apareceu para leilão num site na internet uma tapeçaria oriental bem
antiga, muito bonita, retratando
uma gata branca de orelhas dobradas com seus gatinhos. Verifica-se
então que a existência de gatos com orelhas dobradas não é um fato
recente, como a história oficial da
raça nos mostra. Além do caso da tapeçaria, o livro Guide to Cats of
the World de 1975, escrito por Howard Loxton e publicado pela editora
Elsevier em Lausanne (Suíça),
mostra a seguinte afirmação: “A idéia de uma raça felina chinesa com
as orelhas dobradas tem se mostrado persistente”. Loxton acrescenta que a
edição de 1796 da revista
Universal Magazine of Knowledge menciona que gatos com orelhas
dobradas, tidos como gatos selvagens, já tinham aparecido na China.
Segundo a revista, um século mais
tarde, em torno de 1896, um marinheiro retornou da China com um gato
de orelhas dobradas...”. Não há mais evidência documental desses gatos
até 1938, quando um outro
gato foi achado com essas características, porém a fonte não menciona
onde nem quando. Naquela época a mutação parecia estar restrita a gatos
brancos de pelo longo.
Existem então referências a gatos com orelhas dobradas anteriores ao
ano de 1961, quando a história recente da raça Scottish Fold se inicia
na Escócia através de uma gata
branca de orelhas dobradas. Seria então coincidência que os primeiros
Folds na Escócia eram brancos como os gatos que haviam sido mencionados
antes e que a arte oriental
também mostrava gatos brancos com orelhas caídas? Não se pode ter
certeza, mas marinheiros na realidade velejavam por todo o mundo. Essas
histórias ainda persistem e a
idéia de uma mutação natural e espontânea aparecendo de tempos em
tempos parece merecer alguma credibilidade.
A história recente do Scottish Fold é muito interessante e
intrigante. O primeiro gato Scottish Fold oficialmente conhecido foi a
fêmea branca Susie, descoberta
por acaso em 1961 por McCrae em sua fazenda em Coupar Angus, na região
de Tayside, na Escócia, daí o nome Scottish. De acordo com o site ‘A
Dart to the Heart’, nesse dia
em 1961, o pastor William Ross em sua caminhada até sua casa, parou
perto da casa do vizinho para descansar um pouco e viu um gato branco
brincando no quintal. O tal gato
nem reparou em Ross. Mas havia algo de diferente no tal gatinho: as
orelhas eram dobradas para a frente! Na realidade, o gatinho era uma
gata branca comum com o tipo
característico da região. Suas orelhas eram dobradas para baixo e para a
frente, formando uma espécie de boné na cabeça redonda. Sua carinha
parecia a de coruja ou a de
lontra ou ainda com o de um coelho que tem as orelhas caídas (lop-ear
rabbit).
William Ross e sua esposa, Mary, tinham uma pequena
criação de gatos. Eles tinham uma siamesa e, embora não fossem a
exposições felinas, eles criavam e de
vez em quando vendiam filhotes siameses. Quando Ross contou a sua
esposa o gato diferente que havia visto no quintal do vizinho, Mary
ficou intrigada. Não sossegou enquanto
não foram fazer uma visita a McCrae, que não soube dizer nada sobre a
origem da tal gatinha branca, mas prometeu que se ela tivesse algum dia
algum filhote de orelhas
dobradas daria um a eles. Vinte e cinco anos mais tarde, numa casa de
repouso na Escócia, Mary Ross disse: “Eu não tenho a menor idéia de como
aquelas pessoas vieram a
ter aquela gata. Nós demos a ela o nome Susie. Ninguém conhecia a mãe
dela, nem o pai, nem se eles tinham as orelhas retas ou dobradas”.
Um ano depois da visita dos Ross, Susie acasalou com um
gatinho local de origem ignorada e teve um casal de filhotes, ambos com
orelhas dobradas. Os McCraes
deram o machinho para uns amigos, que o castraram e o mantiveram como
animal de estimação. Deram a gatinha para William e Mary Ross. Ela tinha
a pelagem branca e curta,
como a da mãe dela. Os Rosses colocaram o nome dela de Snooks.
Três meses mais tarde Susie morreu atropelada por um
automóvel na estrada na frente da casa dela. “Felizmente Snooks foi uma
ótima mãe e teve muitos filhotes”,
disse Mary Ross. Ela cruzou um ano mais tarde com um macho vermelho
tigrado e teve somente um filhotinho, "Snowball," que acasalou com uma
gatinha branca British Shorthair
, “Lady May”, comprada pelos Rosses. Desse acasalamento nasceram cinco
filhotinhos, todos de orelhas dobradas. Aí começa então a linhagem dos
Scottish Fold, a base de
uma nova raça. Todos os gatos Scottish Fold são descendentes das
gatinhas Susie e Snooks. Os Rosses então registraram seu gatil como
Denisla (nome que veio dos rios da
região: Den e Isla, que corriam bem próximos à sua casa) em 1966 no
Governing Council of the Cat Fancy (Conselho Gestor dos Criadores de
Gatos - na Grã-Bretanha). William
Ross então começou a freqüentar exposições de gatos para ver se
poderia haver alguém interessado em gatos com orelhas dobradas. Um juiz
disse a ele para contatar Patricia
Turner (Pat), uma londrina com diploma do Royal College of Arts, com
inesgotável energia e interesse integral em criação de gatos e genética
felina. “Os Rosses me escreveram
no início de 1967”, Turner se lembrou. “Naquela época eles ainda
preferiam o nome lop-eared, pois os gatinhos lembravam os coelhos de
orelhas caídas (lop-eared rabbits). Eu
fiz uma visita a eles para checar seus gatos e trazer um para minha
casa para experimentação através de acasalamento”. Depois o nome da raça
foi trocado para Scottish Fold.
Pat levou para casa em Londres o Scottish Fold branco Snowdrift, que
acasalou com a gatinha branca de olhos azuis British shorthair que ela
tinha. Nos 3 anos seguintes, Pat
supervisionou o cruzamento dos gatinhos fold com gatos British
shorthair e gatos domésticos comuns e o nascimento de 76 filhotes - 42
dos quais com orelhas dobradas e 34
com orelhas retas. Junto com Peter Dyte, um outro criador de British
shorthair e geneticista, descobriram que a mutação do gene responsável
pela dobra das orelhas era
dominante. Isto significa que se um gatinho herda o gene de um dos
pais para orelhas retas e do outro para orelhas dobradas, ele terá
orelhas dobradas. Eles também
descobriram que as gatas originais, Susie e Snooks, carregavam o gene
do pelo longo, que deu origem ao Scottish Fold Longhair ou Highland
Fold, sobre o qual falaremos
adiante.
Susie, a gatinha fold original, tinha somente uma dobra
nas orelhas. As pontas caíam para a frente até a metade das orelhas.
Hoje em dia, as dobras podem ser
simples, duplas ou triplas.
Os gatos Scottish Fold foram criados na Europa com um só
propósito – preservar uma mutação rara. Vários criadores estavam
interessados em desenvolver e
preservar os Scottish Folds, porém alguns problemas começaram a
preocupar o Governing Council of the Cat Fancy (GCCF - Conselho Gestor
de Criadores de Gatos) na Inglaterra.
Os registros desses gatos haviam sido aceitos em 1966, porém não foram
mais a partir de 1971. Como o GCCF estava preocupado com os boatos de um
possível aumento de
infecções de ouvidos e surdez nesses gatos (mais tarde foi provado que
os boatos eram infundados) assim como prováveis problemas genéticos na
criação dos Scottish Folds,
decidiu cancelar os registros dos Scottish Folds na Inglaterra. O
último Fold registrado foi da gatinha Denisla Morag. Por causa disso,
até hoje os gatos Folds ainda não podem ser
registrados em algumas entidades da Grã Bretanha e da Europa.
As notícias a respeito de uma nova raça de felinos na
Escócia (Reino Unido) geraram curiosidade em alguns países. No auge da
discussão, em 1970, o Dr. Neil Todd,
geneticista pesquisador do laboratório Carnivore Genetics Research
Center, no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, recebeu de Mary
Ross três fêmeas folds, filhas de
Snooks (Denisla Judy, Denisla Joey, e Denisla Hester) para estudo. Como
o Dr. Todd estava organizando um grupo de gatos para estudos sobre
mutações genéticas, esses gatos
não se destinavam à reprodução. Mesmo assim, as gatinhas Joey e Judy
tiveram duas ninhadas. Logo em seguida, quando o Dr. Todd terminou o
projeto com os folds, os gatos
foram vendidos ou dados a várias pessoas que haviam manifestado desejo
de ficar com eles, inclusive alguns membros da CFA (Cat Fanciers’
Association), que deram filhotes para
outros e assim sucessivamente até que puderam ser registrados pela ACA
(American Cat Association) em 1973, ACFA (American Cat Fanciers
Association) e CFA (Cat Fanciers
Association) em 1974. TICA (The International Cat Association) foi a
primeira associação de felinos a reconhecer o Highland Fold (Scottish
Fold de pelo longo) para competições
na temporada de 1987-88 e a CFA em 1993-94. Embora os Rosses tivessem
tido que abandonar a criação dos Folds em seu próprio país, eles são
considerados nos Estados Unidos
como fundadores da raça Scottish Fold.
Salle Wolf Peters, uma conhecida criadora da raça
Manx, adquiriu a gatinha Hester da doutoranda Lynn Lamoreux, aluna do
Dr. Todd. Daí a primeira criadora de Scottish
Folds começou seu longo envolvimento com a raça. Em 1972 um dos
filhotes da gatinha Hester, a fêmea Fold de nome Martina Shona, foi para
Briony Sivewright, no estado americano
de Utah, onde participou de uma exposição felina pela primeira
vez. Numa subseqüente exposição da CFA, Briony Sivewright (proprietária
de Martina Shona) conheceu Ann Kimball e
Karen Votava. A gatinha Martina Shona voltou para Salle Peters e
acabou produzindo mais Scottish Folds. Karen Votava havia adquirido Mr.
Morgan LeFaye, um macho cameo tabby
que, com a gatinha Doonie Lugs, se tornou a base do Gatil
Bryric. Bryric é um dos primeiros gatis em qualquer pedigree de gato
Fold e até recentemente ainda criava gatinhos de
qualidade.
Como mais e mais criadores se interessavam por este gato
tão charmoso, iniciou-se um movimento para que eles fossem reconhecidos
pela CFA (Cat Fanciers’
Association – Associação de Criadores de Gatos). Em 1974 Bobbie Graham
(Gatil Bobette), Salle Wolf Peters (Gatil Wyola), Karen Votava (Gatil
Bryric) e outros tomaram a
iniciativa de seguir os procedimentos necessários para, na época
conseguir o que foi chamado de um ‘registro experimental’. Os
procedimentos foram seguidos e questionários
preenchidos por veterinários e cientistas que estavam estudando os
Folds. Foram feitos e mantidos registros cuidadosos com relatórios sobre
cada gato e suas ninhadas.
Naquela época sabia-se muito pouco sobre essa mutação
natural que resultava nas orelhas dobradas. No início da década de 1970,
o Dr. Oliphant Jackson, um geneticista
inglês, publicou um relatório afirmando que os gatinhos Folds poderiam
desenvolver uma doença óssea já que raios X dos Folds começaram a
mostrar lesões ósseas. Segundo o
relatório, a decisão tomada contra essa doença foi de utilizar gatos de
outras raças para restaurar a saúde original dos Folds. De acordo com o
relatório do Dr. Jackson, não havia
deformidades ósseas reportadas antes dos anos 70. Cientistas e
criadores imaginaram que talvez esses problemas ósseos pudessem estar
sendo causados por cruzamentos dentro
das mesmas famílias genéticas (consangüinidade) em vez de pensarem que a
doença pudesse ser causada pelo próprio gene das orelhas dobradas.
Originalmente, muitos Folds tinham caudas curtas, que
eram mais rígidas. O Dr. Rosemond Peltz, primeiro consultor genético
para os criadores da associação de American
Scottish Fold, previu que “nas próximas gerações o defeito indesejável
poderia ser diminuído através de um sistema de acasalamentos que fosse
bastante cuidadoso”. Com o
conhecimento advindo do estudo de Jackson, os criadores começaram a
utilizar mais cruzamentos com outras raças para aumentar a diversidade
genética. Isso acabou produzindo
gatinhos com caudas mais longas e flexíveis, daí as caudas curtas e as
lesões ósseas começaram a desaparecer. Em janeiro de 1976, o livro de
acasalamentos fechou para todas as
raças extras utilizadas no cruzamento dos Folds exceto para o American
Shorthair e o British Shorthair. Hoje em dia, sabe-se que o acasalamento
com outra raça é crucial em
qualquer programa de criação de Scottish Fold.
Sem a ajuda e a generosidade dos criadores de American e
British Shorthair que compartilham seus lindos gatos com os criadores de
Scottish Fold, essa raça poderia
ter sido extinta, o que seria uma perda lastimável para o mundo felino e
todos os admiradores da raça. Num julgamento ou concurso de exposição,
há um peso maior em termos de
pontos para a cauda de um Fold do que em qualquer outra raça. Uma das
perguntas que se deve fazer ao se comprar um gato dessa raça é se a
cauda é flexível. Num programa
saudável de criação de Scottish Fold, gatinhos de orelhas dobradas
devem acasalar com gatinhos de orelhas eretas das raças American
Shorthair ou British Shorthair, o que
virtualmente elimina o problema de uma cauda rígida. Acredita-se que o
gene que causa a dobra das orelhas seja um gene dominante incompleto.
Desde o tempo do primeiro
estudo realizado pelo Dr. Oliphant Jackson, a ordem de acasalar orelhas
dobradas com orelhas retas ou cruzamentos com outras raças tem sido
enfatizada e isso continua até hoje.
Voltando então à Inglaterra, devido ao cancelamento de
registro de gatos da raça Scottish Fold pelo GCCF e também devido aos
estudos do Dr. Jackson 1975, o programa de
criação da nova raça estava rapidamente diminuindo. Mary Ross enviou
então um pedido de ajuda a ISFA (International Scottish Fold Association
– Associação Internacional de
Scottish Fold) dizendo que além dela somente uma outra pessoa criava os
folds na Europa. Eles estavam então em extinção na Inglaterra e ela
estava pedindo ajuda aos criadores
dos Estados Unidos. A resposta veio rapidamente e ao final da década de
1970, várias pessoas já tinham abraçado a causa dos Scottish Folds:
Jean Grimm (Gatil Furrytails), Lois e
Clark Jensen (Gatil Jensen), Pat Dreifuss (Gatil Beachmor), Shirley
Norquist (Gatil Kangaroo), para mencionar alguns, já tinham iniciado um
programa de criação.
Em maio de 1977 os Scottish Folds já tinham adquirido um
status provisional na CFA. Os pedigrees da época mostram que algumas
raças foram utilizadas
originalmente para aumentar a diversidade genética e trazer o gato de
volta ao seu status original de gato saudável e forte. Os gatos Scottish
Fold de hoje vivem bastante
tempo, alguns alcançando os 19 anos de idade e muitos deles ainda
competem apesar de terem mais de 10 anos. A idéia errada de que os Folds
ficavam aleijados quando
envelhecessem provou ser realmente errada. O ano de 1978 foi um ano de
vitória para os Scottish Folds: eles receberam status de campeões!
Jensen Minnie Pearl se tornou
o primeiro Scottish Fold Grande campeão em 1979. “Minnie” foi o
primeiro gato a ser escolhido o Melhor da Raça.
Em 1993 os Scottish Folds de pelo longo (Highland Folds)
foram reconhecidos e receberam status para participar de Campeonatos.
Esse esforço foi bem sucedido em grande
parte devido ao trabalho de Sue Thompson, secretária para a raça
Scottish Fold na CFA, e seu marido Bruce. Dois anos mais tarde, em 1995,
Junerose Wilkerson levou para a
exposição o lindo exemplar de pelo longo e branco, GC, NW B4 Snow
B-Ear-Y of Sweetums.
O Scottish Fold retornou à Europa no início da década de
1980: 1982 na França, 1983 na Alemanha e 1984 na Bélgica. Porém, apesar
dos esforços de muitos criadores, essa
raça é ainda muito pouco conhecida na Europa e muito menos ainda em seu
país de origem. No entanto, graças à persistência de alguns poucos
criadores, que foram quase que
discriminados pelas confederações felinas, os Folds puderam participar
de exposições no Reino Unido e alguns foram até parar na Escandinávia.
Alguns proprietários de Folds da Itália
formaram há pouco tempo seu primeiro clube. Infelizmente a Assembléia
Geral da FIFe em 2003 decidiu banir os Folds de exposições da FIFe na
Europa a partir de janeiro de 2004.
Nenhum criador foi consultado e muito menos um prazo razoável foi dado
para que se preparasse uma defesa contra os argumentos antigos que se
propunham a respeito da saúde
da raça. De acordo com algumas fontes, haveria uma campanha oculta
patrocinada por partidários de uma outra raça minoritária que estavam
tentando a execução pública dos Folds,
ao mesmo tempo em que ignoravam o gene letal de sua própria raça. O
resultado disso é que por muito tempo o Scottish Fold tem sido
considerado uma raça Americana, apesar de
suas origens escocesas.
O uso de Exóticos e Persas em acasalamentos com o Scottish Fold se
tornou muito comum nos Estados Unidos depois dos anos 80, mas não tão
freqüente no Reino Unido que tem
um número muito pequeno de criadores. Talvez seja esta a razão pela
qual os Folds britânicos não apresentam defeitos que muitas vezes
aparecem no grupo dos Persas.
Quem quer ter muitos prêmios em exposições não deve criar
Scottish Folds. Uma vez que a mãe ou o pai dos gatinhos tem que ter
orelhas retas, as chances de
produzir um Fold numa ninhada são somente de no máximo 50%. Isto quer
dizer que cada ninhada terá uma produção de menos de 50% de gatinhos
Fold. Alguns gatinhos terão
orelhas retas e talvez um gatinho só tenha orelhas dobradas, porém não
no padrão que lhe dê um prêmio numa exposição. Trata-se de um trabalho
de muito detalhe para
criadores que tenham muita paciência e saibam esperar, muitas vezes
alguns anos até ter os resultados esperados. Depois que a ninhada nasce,
há ainda que se esperar pelo
menos 21 dias, para as orelhas começarem a dobrar – ou não. Algumas
vezes as orelhas parecem que vão dobrar, deixando o criador na dúvida,
pois elas iniciam o movimento
para baixo, mas se voltam para cima e acabam ficando retas. Nesse
‘movimento’ de vai-não-vai, parece que o gene está presente, mas não se
manifesta, porém a dúvida
persiste: é portador ou não de gene? Agora a gente reconhece que esses
gatinhos têm que ser tratados da mesma forma do que aqueles que têm
orelhas dobradas. Na
realidade parece que o gene das orelhas dobradas possa também estar
presente nos gatinhos de orelhas ditas ‘retas’. Isso é crucial se saber
para poder evitar más formações
ósseas. No passado, os gatinhos de orelhas retas eram chamados de
‘straight’ para indicar que as pontas das orelhas apontavam para cima.
Estamos agora aguardando o dia
em que poderemos identificar um marcador genético para a orelha dobrada
através de uma amostra de sangue ou de saliva. Os gatinhos de orelhas
retas desempenham um
papel fundamental em qualquer programa de criação do Scottish Fold,
eles são companheiros maravilhosos e sempre embaixadores da raça.
Para a terminologia, diferentes associações e
confederações consideram o gatinho de orelhas retas ou eretas que nasce
de pai ou mãe fold como Scottish
Straight enquanto outras confederações o consideram como British
Shorthair.
Curiosidades:
Muitos gatinhos Scottish Fold têm o hábito
curioso de se sentar ou deitar em posições muito estranhas – de barriga
para cima, sentados como ‘Budas”,
esticados no chão com a barriga para baixo, e aqui no gatil têm também
a mania de cruzar as patas.
Acasalamento:
De acordo com a literatura
médico-veterinária, o acasalamento de gatos de orelhas dobradas com
gatos de orelhas retas não produz doenças ósseas.
Desta forma e com o reconhecimento de algumas confederações
internacionais, os gatos Scottish Fold somente podem se acasalar com
gatos das raças British Shorthair e
American Shorthair para que os gatinhos tenham registro (pedigree).
Scottish Straights (filhos de Fold com orelhas retas) são muitas vezes
registrados como British Shorthair ou
American Shorthair. Um gatinho que seja filhote de dois folds mostra
sinais de doença óssea entre 4 e 6 meses de idade. O pior sintoma é o
enrijecimento e a fusão óssea das
articulações da cauda do gatinho, tornozelos e joelhos. Embora esta
deformidade óssea não tenha cura e cause problemas de locomoção ao
gatinho, não causa sua morte e pode
ser administrada. Entretanto, o recomendado é não haver o acasalamento
entre folds. O criador consciente e criterioso não deverá promover esse
tipo de acasalamento tendo
em mente sempre o aperfeiçoamento da raça e, especialmente, a
manutenção da saúde dos gatinhos.
Embora seja considerada uma raça à parte por muitas
confederações felinas internacionais, o gato Highland Fold, nada mais é
do que o gato Scottish Fold com pelo
semi-longo, ou melhor, um British longhair com orelhas dobradas uma vez
que Highland Folds somente podem se acasalar com gatos British
shorthair ou longhair. O pelo semi-longo
é mais raro e foi reconhecido pela gatofilia posteriormente ao da
pelagem curta.
Os gatos Highland Fold têm as mesmas características dos
Scottish Fold, exceto em relação à pelagem, que é semi-longa. Eles
demoram cerca de dois anos para atingir
a maturidade especialmente os machos. Uma outra característica é ligada
à cor dos olhos, que mudam muito vagarosamente e algumas vezes até
chega a ser difícil determinar se a
cor dos olhos corresponde à cor da pelagem.
Nos Estados Unidos, o Highland Fold foi reconhecido pela
TICA em 1987-88 e pela CFA em 1993-94. O reconhecimento do Highland Fold
em 1993 com participação aceita
para disputar Campeonatos ocorreu graças ao trabalho de Sue Thompson,
secretária da raça Scottish Fold na CFA, e seu marido Bruce. Dois anos
mais tarde, em 1995, Junerose
Wilkerson levou para a exposição o lindo exemplar de pelo longo e
branco, GC, NW B4 Snow B-Ear-Y of Sweetums.
Fontes:
Fontegatilcatplace.com