Eles acabaram de nascer e já precisam passar por um batalhão de exames e
vacinas, além de aprenderem a conviver com uma nova família.
Isso não
vale só para os cachorros. Os gatos, mesmo parecendo mais
independentes, também precisam da mãe até mais ou menos 20 dias. “Os
cães e gatos usam o calor da mãe para se aquecerem. Como eles não têm
controle do intestino, a mãe estimula a evacuação com lambidas e massagens”, complementa Bianca Ricci Borba, médica veterinária do Hospital Veterinário Batel.
Por
natureza, as fêmeas são boas mães e ficam sempre próximas dos filhotes.
“Só existem casos de rejeição relacionados com malformação do
recém-nascido”, pontua Milena. O cuidado da mãe, no entanto, não
dispensa a atenção
dos donos. Há momentos em que a fêmea descuida e acaba deixando os
filhotes sozinhos. Para não correr o risco de eles passarem frio, o
indicado é deixá-los em uma caixa fechada dos lados e com pelo menos 20
centímentos de altura.
Todo cuidado é pouco
Logo depois de nascer, os pequenos precisam passar por um check-up.
“Verificamos problemas de malformação, como está o cordão umbilical e o
desenvolvimento do filhote”, conta Michelle Gandra, médica veterinária
proprietária da Clínica Veterinária Gandra.
Aos 15 dias é feita a primeira desverminação, ainda em casa. Com um
mês, a segunda dose do vermífugo é aplicada na clínica. “Aproveitamos
para fazer uma avaliação clínica e agendar a primeira vacina, que será
aplicada com 45 dias”, explica Milena. Outras duas doses da vacina serão
aplicadas a cada 30 dias. A rotina termina com a imunização contra
raiva, obrigatória, feita aos 4 meses.
Com os gatos é a mesma coisa. A primeira desverminação é com 15 dias e
a segunda dose 15 dias depois. “O diferente é que a vacinação começa
com 60 dias completos”, diz Bianca.
A vacina canina pode ser óctupla ou déctupla – prevenir contra oito
ou dez doenças. Nos gatos, existem as vacinas quíntuplas e quádruplas. O
preço varia entre R$ 60 e R$ 90 e a escolha deve ser feita com o
auxílio de um veterinário.
Durante o processo de imunização, os filhotes não podem sair de casa
nem tomar banho. “Qualquer alteração deve ser comunicada, principalmente
se o animal não está se alimentando corretamente ou teve diarréia”,
comenta Bianca.
Alimentação e aleitamento
Na primeira semana de vida, o leite da mãe é essencial para a
sobrevivência do filhote. “Se acontecer de a mãe ter pouco leite, antes
de pensar em introduzir alimentos complementares tentamos estimular a
produção com medicamentos”, aponta Michelle. Caso a complementação seja
realmente necessária, o indicado é procurar leite em pó para uso
veterinário ou para bebês recém-nascidos. “O leite de vaca é muito
pesado, pode dar diarréia”, alerta a veterinária.
O desmame dos cachorrinhos começa por volta dos 30 dias, quando já é
possível dar ração para filhote amolecida em água morna. Com 45 dias, o
cãozinho já consegue comer a ração seca. Os gatos podem começar a comer
ração umedecida com um mês e meio e alimento seco por volta de dois
meses.
Em média, os animais vão consumir ração de filhotes até um ano de
idade, quando a maioria já começa a ser considerado adulto. “Os cães de
grande porte continuam se alimentando com ração de filhotes até um ano e
meio”, diz Milena. Se for preciso trocar de ração, a mudança deve ser
feita aos poucos.
Conheça as fases dos filhotes de cães e gatos:
de 0 a 15 dias
Não são capazes de manter a temperatura corporal nem de se alimentar
sozinhos. Por isso, não podem ficar mais de duas horas sem a mãe. O
único sentido que eles já têm é o faro. Os olhinhos, ainda fechados,
abrirão por volta dos 12 dias.
de 15 a 30 dias
Antes eles só rastejavam, agora já enxergam e conseguem andar. É hora
de descobrir novos lugares e explorar o ambiente. É bom ficar de olho
em filhotes fujões, eles ainda não fazem a termorregulação e dependem da
mãe para se alimentar.
de 30 a 45 dias
Os gatinhos continuam bem próximos às mães até os 60 dias, mas os
cães começam o processo de desmame. Nesta fase, os pequenos já fazem
bagunça. É hora de partir para as lições de disciplina.
Diferentes
Ter filhotes de répteis, aves ou pequenos mamíferos em casa requer uma série de cuidados específicos. Confira:
Posse responsável
Um filhote de réptil ou ave pode durar muitos anos. Antes de comprar,
é bom lembrar que nem sempre esses animais interagem com os donos.
Mesmo os pequenos mamíferos não são tão domesticados quanto cães e
gatos.
Ninhada em casa
Qualquer criação de animal silvestre precisa ser registrada no
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).
Os pequenos mamíferos são mais independentes. Procriam rapidamente, as
próprias mães cuidam do aleitamento e, por volta de 20 dias, já passam a
comer ração.
Emergência
Existe um alto índice de mortalidade entre os pequenos animais. A
fragilidade é ainda maior em filhotes. Se o animal está mais quieto,
sofreu alguma queda ou não está se alimentando bem, é preciso procurar
um veterinário com urgência.
Fonte: Wendi Flávia Caetano, médica veterinária do Cevet/Centro Veterinário.
Érika Toriyama, zootecnista e professora do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage).
gazetadopovo.com.br
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