Cães e gatos são os “eternos inimigos”, mas são por vezes forçados a conviver na mesma casa e têm de escolher uma forma de abordar o outro. A comunicação não verbal do gato e do cão tanto os pode aproximar como também, devido a más interpretações, pode dar azo a desentendimentos.
Do ponto de vista social, cães e gatos não podem ser mais diferentes. Os cães não sobrevivem sem o seu grupo, os gatos são animais solitários. Os cães são predadores e estão habituados a disputar hierarquias através da agressão, enquanto que o gato oscila entre predador e presa e prefere fugir a lutar. Estas diferenças fazem com que o gato e o cão tenham capacidades diferentes e uma comunicação distinta. Existem contudo pontos em comuns, sinais desconhecidos e até sinais com significados opostos.
Vocalizações
O gato consegue emitir mais de 100 sons, enquanto que o cão só emite 10. Destas, é o rosnar e variantes as únicas em que têm em comum.O significado de uma rosnadela é igual para um gato e para um cão.
Mas,
enquanto o som emitido pelo gato, faz com que o cão abrande ou
interrompa o passo, uma rosnadela de um cão faz geralmente com que o
gato fuja. Existem depois aqueles gatos mais destemidos que fazem frente
aos cães, mas estes são a excepção.
Os outros sons que o gato tem a capacidade de fazer não têm tradução para o cão e vice-versa.
Expressões faciais
As expressões faciais num gato e num cão são semelhantes e têm o mesmo significado. A exposição dos dentes é mau sinal, os olhos muito abertos indicam que o animal está alerta, etc.
Uma expressão facial mais distinta é a que indica que o animal está irritado e pronto a atacar: os cães voltam as orelhas para a frente, enquanto que os gatos voltam as orelhas para o lado. Apesar de poder parecer uma diferença pequena, os animais estão muito atentos a este tipo de indicações.
Cauda
Tanto o cão como o gato abanam a cauda, mas o seu significado não podia ser mais oposto. Para os cães, abanar a cauda com grande amplitude indica que o animal está receptivo a brincar e funciona como um convite para os outros se aproximarem. Para o gato, abanar a cauda é sinal de agressão e um “convite” para o outro se afastar.
Outro desentendimento que pode ocorrer é quando a cauda está junto ao corpo. Para os cães, é sinal de submissão, para os gatos de ataque iminente.
Daí que seja frequente um cão aproximar-se de um gato e ser surpreendido com uma arranhadela.
Linguagem corporal
A linguagem corporal dos cães e gatos não diverge muito, mas existem sempre sinais que dão origem a um ou outro mal entendido. Um gato encosta-se noutro animal ou pessoa para deixar o seu cheiro e é um sinal de afeição.
Os cães utilizam os encontrões e os encostos para impor dominância. Se um gato mostra afeição a um cão desta forma, o cão pode entender o gesto como tentativa de superiorização.
“Bilingues”
Em casas onde a convivência entre cães e gatos é pacífica, os animais podem ter aprendido por tentativa-erro a interpretar correctamente o significado que o outro animal dá a uma determinado gesto.
Ou seja, os cães podem perceber que no gato o abanar da cauda não é um bom sinal, ou os gatos podem aprender que não devem encostar-se nos cães.
Fonte: http://arcadenoe.sapo.pt
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