Também chamada de Dermatite Psicogênica, essa é uma
doença que acomete cães e gatos. Consiste em lesões na pele que são
provocadas pela lambedura constante do animal naquela região, causando
feridas que são difíceis de tratar.
Conforme os anos passam, a rotina das pessoas de maneira geral fica
mais intensa e os animais domésticos acabam passando boa parte do tempo
sozinhos e recebendo cada vez menos atenção. A chegada de uma criança
nova em casa, um ambiente desconhecido ou a negligência dos donos
desencadeiam a mesma sensação em alguns animais: tédio, estresse,
depressão.
Assim como nós, os cães também resolvem procurar o que fazer nesses
momentos e acabam desenvolvendo a mania de lamber uma determinada parte
do corpo, normalmente as patas. Ou seja, são lesões auto-induzidas –
provocadas pelos próprios animais.
Por quê isso acontece?
“Na depressão canina e felina, a falta de neurotransmissores muitas
vezes desencadeia um comportamento crônico, excessivo e estereotipado,
que se exterioriza através da lambedura de partes mais distais do corpo.
A possível explicação para o desencadeamento deste tipo de
comportamento deve-se ao fato de que em animais submetidos a estresse,
supõe-se que ocorra um aumento dos níveis dos hormônios indutores dos
melanócitos e adrenocorticotrópicos, levando a uma maior produção de
endorfinas, gerando o comportamento anormal de lambedura, devido ao seu
efeito narcótico.
As lesões ocorrem mais frequentemente na porção
dorsal de membros anteriores e posteriores, bem como, na região
abdominal.” – segundo o site Center Vet.
Sintomas
a) Lambedura constante e excessiva em mesmo local (muitas vezes além de lamber o pêlo, o animal também o mastiga);
b) Falha no pelo em uma determinada região;
c) Formação de lesão que geralmente apresenta-se circular, devido à alta contaminação da boca dos animais.
Estas lesões podem agravar-se, resultando em infecções secundárias
com pus. Outros sintomas também correlacionados são: o emagrecimento
sem causa aparente, a irritabilidade e mudanças nos hábitos de higiene,
no caso de gatos. Estes sintomas são correlacionados porque fazem parte
do quadro de estresse e depressão, como foi visto anteriormente.
Atopia, dermatofitose, hipersensibilidade alimentar ou dermatite
alérgica a picada de pulga são fatores que podem agravar a dermatite
patogênica ou mesmo desencadeá-la. Entretanto, normalmente a causa
principal é de fato a questão psicológica que provocam estresse ou
depressão no animal, como deslocamente, chegada de um novo animal ou
bebê em casa, mudança de móveis, viagem, perda de território,
negligência, falta de exercício e atenção etc.
Tratamento
A primeira medida para que o tratamento seja bem-sucedido é a
correção do fator desencadeante da doença. Não adianta tratar a pele do
cão se o cenário continua o mesmo e ele continua estressado e
deprimido.
Porém muitas vezes é difícil encontrar a causa primária e
para que isso aconteça é preciso que o dono do animal relate todos os
detalhes da vida do animal para o veterinário no ato da consulta.
Segundamente, o distúrbio poderá ser tratado com ansiolíticos por no
mínimo 30 dias. É importante reiterar que a Dermatite Patogênica,
apesar de ser apresentada como uma doença do corpo, é na verdade uma
doença mental, que precisa de tratamento psicológico.
Normalmente o
tratamento varia de 2 a 4 meses.
As lesões devem ser higienizadas com produtos anti-sépticos de 2 a 4
vezes ao dia e xampu terapêutico 1 ou 2 vezes por semana, dependendo da
gravidade do quadro. Nos casos em que a contaminação das lesões for
muito grave (dermatite úmida aguda), recomenda-se associar ao
tratamento tópico, um antibiótico via oral.
É importante que durante o tratamento o animal seja mantido com
colar cervical, para evitar recontaminação das lesões, pois durante a
administração dos remédios ele ainda estará sob influência do distúrbio
e continuará lambendo a região.
Como faço pro meu cão não ter novamente?
Como todos os distúrbios comportamentais, as dermatites psicogênicas
tem difícil tratamento e podem se tornar recorrentes. Como a causa
muitas vezes deve-se ao atual tipo de vida dos donos, não existe uma
forma de prevenir se o animal irá desenvolver o distúrbio. O que se
aconselha são passeios constantes, deixar sempre disponíveis brinquedos
para que os animais se distraiam quando estiverem sozinhos, e dar o
máximo de atenção possível a eles.
Aprenda como fazer para deixar seu cão sozinho em casa evitando que ele fique estressado ou deprimido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário