Um dos problemas de saúde mais comuns entre os pets são as doenças de pele. Coceira, vermelhidão, ferida e queda de pelo são os principais sintomas de que o animal está com algum problema dermatológico. O mais comum deles é a dermatite alérgica.
Segundo a médica veterinária Sirlei Manzan, as alergias cutâneas representam 15% das consultas em sua clínica e a mais comum entre os pets é a atopia, causada pelo contato com ácaros, bolores, pólen e poeira.
Há também a alergia causada pela picada de pulga. Atualmente existem vários produtos no mercado que combatem de forma eficaz o inseto deixando o animal livre desse tipo de alergia.
Outra forma de dermatite alérgica é a alimentar. Segundo Sirlei, uma das formas de evitar o mal é dar aos pets apenas produtos destinados a eles. “Doces, pães, queijo e outros alimentos que comemos devem ser evitados”, afirmou a veterinária.
Esse é o caso da poodle Meg, a cadela de 12 anos, que, além de alergia alimentar, possui atopia. A estudante Janaína Fernandes conta que Meg sempre sofreu com coceiras pelo corpo e, com a idade, o quadro clínico piorou.
No ano passado, Janaína Fernandes decidiu fazer teste alérgico em Meg. O resultado mostrou que a poodle é alérgica a perfume, cigarro, poeira, grama, milho, cenoura e tomate. “Ela toma medicamentos à base de corticoide e come uma ração hipoalergênica.
Fico agoniada quando a Meg começa a se coçar e por isso nem penso, faço qualquer coisa para que ela fique bem”, disse.
Além das alergias como a de Meg, há dermatites provocadas por tristeza, estresse, depressão e outras causas emocionais. “Todo animal que lambe a pata possui alguma doença psicológica. Nesse caso é preciso entrar com tratamentos antidepressivos e ansiolíticos”, disse a veterinária.
Micoses e piodermites são outros tipos de doenças de pele que exigem atenção. As micoses são causadas por fungos e são transmissíveis, inclusive ao homem. E as piodermites são infecções mais profundas, causadas por bactérias.
Outro tipo de doença de pele está ligado a problemas nas glândulas tireoides e na glândula supra-renal. Segundo a veterinária, as dermatites hormonais estão sempre ligadas a outros problemas de saúde como hipotireoidismo, a obesidade e problemas renais.
Doença possui dois tipos e é transmissível
Popularmente conhecida, a sarna é outro problema comum dos pets. Existem dois tipos delas, a escabiose, transmissível a outros animais e ao homem, e a demodécica, considerada mais grave e transmitida nas primeiras horas de vida da mãe para o filhote, que é amamentado.
A dona de casa Cristiane Silva descobriu que seu cachorro Fred tinha sarna demodécica na primeira semana que chegou à sua residência. O shitzu de 3 anos apresenta os sintomas da doença sempre que está com a imunidade baixa.
Cristiane já chegou a gastar R$ 700 reais por mês em tratamentos para Fred. A dona de casa conta que, quando descobriu a doença, foi muito difícil. “Tinha acabado de perder meu marido e tive que cuidar do Fred.
Ele apresentava sangramento e cerca de 90% de sua pele estava com ferida”, disse.
Uma amiga da dona de casa até sugeriu que o cachorro fosse sacrificado, mas, mesmo diante das dificuldades, Cristiane não desistiu de Fred. “Acho que, por conta das perdas que tive na vida, criei um envolvimento maior com meu cachorro, é um amor incondicional”, afirmou a dona de casa.
Depois de muita luta, a doença de Fred está controlada. Cristiane segue rigorosamente as orientações da veterinária e o shitzu visita a clínica semanalmente para tomar antibióticos e remédios para aumentar a imunidade.
“Pela primeira vez, o Fred está há três meses sem ter a doença e mesmo ainda gastando cerca R$ 300 por mês, vejo que valeu a pena não sacrificá-lo. A companhia de Fred me faz muito bem. Ele é muito carinhoso.”
Formas de tratamento e prevenção das doenças de pele
De acordo com a médica veterinária Sirlei Manzan, cada doença tem uma forma de tratamento. “De uma forma geral, todas precisam de tratamento tópico com xampu. Algumas de medicação oral como antifúngicos e antibióticos, outras de reposição hormonal. E algumas alergias podem necessitar até de vacinas ou mudança drástica na dieta e no ambiente do animal”, afirmou.
Com exceção das dermatites que são de origem genética, muitas doenças de pele podem ser evitadas com cuidados simples. “É preciso manter o animal sempre limpo e em um ambiente adequado”, disse Sirlei.
Os banhos devem ser frequentes com produtos apropriados ao tipo de pelo e pele do animal. Pelos com nós ou molhados formam um ambiente propício para o aparecimento das dermatites.
A veterinária deixa uma alerta aos proprietários de cães. “Nem sempre feridas pelo corpo é sinal de dermatite. Uma doença grave e fatal para cães e humanos é a leishmaniose que tem como sintoma justamente o aparecimento de feridas pelo corpo.
Por isso, o ideal é que, ao encontrar alguma ferida no animal, procure um médico veterinário o mais rápido possível”, disse Sirlei Manzan.
Fonte: Correio de Uberlândia/anda.jor.br
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