A piometra é uma infecção uterina que se desenvolve quando ocorre uma invasão bacteriana em um endométrio anormal, levando a um acúmulo de pus no útero. Animais de meia idade e idosos (a partir dos 4 a 5 anos) costumam ser acometidos com maior frequência, embora fêmeas jovens também possam ter esta infecção. O uso de anticoncepcionais pode aumentar o risco da doença.
Em todos esses casos, é importante ficar atento aos principais sintomas para não perder tempo e aumentar o risco de vida do animal.
Os sintomas mais comuns são:
Corrimento vaginal (que pode variar de sanguinolento a mucopurulento, ou pode estar ausente, no caso de uma piometra fechada);
Apatia;
Falta de apetite;
Aumento da ingestão de água e da produção de urina;
Vômito;
Distensão abdominal (barriga inchada).
A piometra é uma doença que, se não tratada corretamente, pode levar ao óbito devido principalmente ao quadro infeccioso e à insuficiência renal. Mas o tratamento mostra-se muito eficaz se precoce. Ele é cirúrgico, com a realização da ovário-salpingo-histerectomia (castração), associado à antibioticoterapia, além de tratamento suporte (fluidoterapia, antieméticos etc).
Como acontece:
A cadela, por algum distúrbio hormonal, começa a produzir progesterona (hormônio sexual feminino) e esse excesso leva a uma alteração das células da mucosa uterina. Com isso, ocorre o acúmulo de grande quantidade de líquido dentro do útero.
O útero com piometra fica repleto de secreção, aumenta de tamanho e o organismo absorve o conteúdo purulento (pus), levando a fêmea a uma intoxicação pelas toxinas bacterianas. Esse líquido acaba se contaminando, determinando a piometra. Por causa do acúmulo, a infecção normalmente não responde bem ao tratamento com antibióticos, já que o líquido presente continuaria "alimentando" a infecção, além disso, o emprego de antibióticos locais é de pouca valia, pois o formato do útero das cadelas (em "Y") impediria que a lavagem chegasse a todo o útero.
Além disso, muitas vezes, temos a piometra fechada, onde uma parte mais densa da vagina se encontra fechada, impedindo assim a introdução de uma sonda para lavagem.
No caso minha cachorra Laika (foto ao lado), que foi uma piometra fechada, o quadro foi mais complicado, pois além de não ter o corrimento, que teria facilitado detectar o problema, não teve eliminação do material purulento. Esse material retido dentro do útero aumenta a gravidade do quadro.
Se a Laika não tivesse sido operada naquele mesmo dia, ela poderia ter morrido, pois o caso era tão grave que no ultrassom já aparecia comprometimento dos rins e fígado. Se ela não fosse operada a tempo, dificilmente sobreviveria.
Sintomas:
O pior é que nem sempre fica fácil identificar os sintomas da piometra. Se a piometra se manifestar de forma "aberta", é possível perceber um corrimento. Esse corrimento normalmente se apresenta purulento, grosso, mal cheiroso, e muitas vezes com sangue. Já se a piometra for fechada, não teremos o corrimento e só veremos os sintomas da fase posterior, já de intoxicação orgânica pela infecção uterina. Nessa fase, o animal apresenta um aumento no volume e no número de vezes em que a cadela urina, bem como aumento no consumo de água. A cadela fica apática e pode ainda apresentar febre, vômito e cólicas, além de algumas vezes percebermos um aumento abdominal.
Castrar para prevenir:
Apesar da maioria dos casos se manifestarem em cadelas a partir dos cinco anos de idade, a piometra pode atingir animais mais jovens. Além disso, por atingir mais cadelas que nunca tiveram cria, há uma mentalidade errônea que induz as pessoas a cruzar suas cadelas para evitar a doença. A única prevenção eficaz é realmente a castração, aliás, com ela, pela retirada do útero eliminamos de vez o risco da piometra e diminuímos também o risco de tumores de mama.
O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, hemograma, exame laboratorial e ultrasonografia. Quando detectada a tempo, a doença tem tratamento cirúrgico que consiste na remoção do útero associada a uma terapia com antibióticos. Após a cirurgia, a recuperação é rápida, pois o foco de infecção já foi erradicado. O melhor método preventivo é a castração de cadelas e gatas logo após o primeiro cio.
O diagnóstico e a cirurgia só podem ser feitos pelo veterinário.
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