O significado da Libertação de Animais
É
prática corrente dos budistas em muitas partes do mundo libertar
animais que estão presos e destinados a uma morte violenta. Esta
atividade, que coexiste com outras práticas caritativas destinadas a
ajudar seres humanos em sofrimento, baseia-se nos ensinamentos do Buda
sobre o amor e a compaixão universais e imparciais. Com efeito, segundo
estes ensinamentos, todos os seres vivos ou sensíveis desejam igualmente
a felicidade e evitam o sofrimento. Por outro lado, todos eles, seja
qual for a sua forma atual, já estabeleceram conosco relações próximas,
ao longo dos seus inumeráveis renascimentos e vidas no ciclo da
existência (samsara). É nesta perspectiva que o Buda e os mestres
budistas consideram que todos os seres vivos já foram os nossos próprios
parentes mais íntimos, pais, mães, filhos e filhas. Mediante esta
tomada de consciência, visa-se tornar-nos sensíveis ao seu sofrimento
atual, fazendo o que nos for possível para o diminuir e extinguir.
De
todos os sofrimentos, a morte violenta é o maior, porque todos os seres
estão acima de tudo apegados à vida. É neste sentido que se procuram
libertar os animais que os homens, escravos e vítimas da sua ignorância e
hábitos insensíveis, destinam à morte, para deles se alimentarem ou
para usarem a matéria dos seus corpos. De todas as mortes, as mais
dolorosas são as daqueles seres que são cozidos vivos, também devido ao
tempo da cozedura, em função da dor e da sua diferente percepção do
tempo, resultar para eles muito dilatado. É por isso que os budistas
privilegiam a libertação de mariscos vivos – amêijoas, berbigão,
santolas, lagostas, etc. - , que se podem adquirir nos viveiros e
libertar no alto mar ou em lugares fora do alcance ou da vista de quem
possa querer apanhá-los. Também podem ser caracóis, minhocas para isca
ou outros animais vendidos vivos nos mercados, como coelhos.
Normalmente
escolhem-se os dias de lua nova ou lua cheia, bem como dias consagrados
do calendário budista, em que por motivos astro-cosmológicos a energia
vital está mais concentrada em nós e no mundo e os efeitos kármicos das
acções, positivas ou negativas, se multiplicam imenso. Fazem-se orações e
repetem-se mantras pelos animais que se vão libertar e procede-se então
à sua libertação. Segundo os ensinamentos do Buda, a virtude e os
méritos, o karma positivo, acumulado pela salvação de vidas é enorme,
tem um grande poder purificador das nossas próprias ações negativas
passadas e pode ser dedicado para ajudar outros seres que passam por
situações de sofrimento e doença, que estão moribundos ou já morreram. O
poder benéfico desta dedicatória será tanto maior quanto mais se
estenda a todos os seres, incluindo naturalmente todos os homens que
causam directa ou indirectamente a morte de outros seres vivos,
pescando-os, caçando-os, comercializando-os e comendo-os, e criando
assim as condições para virem a passar pelos mesmos sofrimentos no
futuro. Esta prática visa pois beneficiar todos os seres sensíveis,
independentemente da sua forma atual.
Fonte:petclube.com.br
"Matar animais por esporte, prazer, aventura e por suas peles, é um
fenômeno que é ao mesmo tempo cruel e repugnante. Não há justificativa
na satisfação de uma brutalidade dessas." Dalai Lama
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