Tudo sobre os Vermífugos
O que precisamos saber...
Verminoses são doenças causadas por vermes que
se alojam principalmente nos intestinos, mas que também podem afetar
outros órgãos como esôfago, estômago, coração, pulmões, rins e fígado.
Os danos decorrentes da infestação dependem de diversos fatores como a
carga parasitária, a idade do animal, as condições imunológicas, o
ambiente em que vivem com suas condições de higiene e manejo e o curso
concomitante com outras doenças. As infecções podem apresentar sintomas
leves como apetite caprichoso, perda de peso, tristeza, aumento de
volume abdominal, pelos opacos, fezes moles, coceira anal ou sintomas
mais acentuados que demonstram o comprometimento mais sério de um ou
mais sistemas orgânicos como anorexia completa, diarréias severas com
sangue e/ou muco, vômitos,desidratação, anemia, ascite (barriga d’água),
obstrução de orgãos ocos(estômago, intestino, esôfago e coração),
artérias e veias, assim como intoxicações proporcionadas por toxinas
produzidas pelos parasitas ou pela sua ação direta sobre tecidos e
mucosas.
VIAS DE TRANSMISSÃO DAS PARASITOSES
Existem várias formas de transmitir /adquirir parasitas: VIA ORAL
que se dá através da ingestão de ovos, oocistos ou larvas infectantes
encontradas no solo, diretamente relacionada com a higiene, manejo e
densidade populacional e /ou pela ingestão de hospedeiros intermediários
( pequenos roedores, aves, insetos e parasitas externos) relacionados
aos hábitos de caça e predadorismo;
VIA PERCUTÂNEA quando as larvas penetram através da pele do animal, estando relacionada com a contaminação/higiene do ambiente em que vivem; VIA TRANS-UTERINA relacionada a transmissão de larvas da mãe ao filhote ainda dentro do útero materno; VIA GALACTOGÊNICA quando a contaminação se dá através do aleitamento.
EDUCANDO...
Além
da transmissão de vermes entre indivíduos da mesma espécie
(intraespecífica), a ocorrência de transmissão entre espécies diferentes
(interespecífica) e especialmente dos animais ao homem (zoonoses)
evidencia a importância do papel dos médicos veterinários como agentes
promotores em saúde pública de forma a difundir conhecimentos e educar
proprietários, criadores, cuidadores e poder público. A eficácia e
segurança dos novos produtos disponíveis para a prevenção e controle das
verminoses não impediram que doenças parasitárias emergissem ou
reemergissem como um sério problema em animais de companhia.
As
grandes descobertas da indústria farmacêutica antiparasitária
veterinária, aos moldes da industria de vacinas já mencionadas em outros
artigos deste blog, acabaram por promover protocolos únicos de
desverminação, desconsiderando novamente a individualidade de cada
paciente ou de cada grupo de pacientes, levando veterinários clínicos e
proprietários a dispensarem a utilização de exames coproparasitológicos
(exame de fezes) na prática clínica diária. A falta de prestígio de tal
atividade deve-se principalmente aos interesses comerciais da venda e
aplicação indiscriminada de antiparasitários, fonte de renda certa nas
clínicas e petshops de todo o mundo. Desta forma, porque então lidar com
um material nauseabundo e fétido se podemos simplesmente prescrever um
vermífugo comercial 2,3 ou 4x ao ano e ainda obtermos lucros com isso?
Já imaginaram a quantidade de vezes que os nossos amigos peludos foram
dosificados com esses medicamentos sem haver necessidade? Ou talvez com
esquemas errados que não afetam os vermes que realmente estão presentes
no seu amigão? Não pensem que estes produtos são inócuos (livres de
efeitos indesejáveis) quando administrados incorretamente. Podem
apresentar efeitos desagradáveis, leves/moderados/sérios e devem ser
usados sim, mas com critérios médicos individualizados em cada caso.
Quando se recomenda um vermífugo deve-se levar em conta se ele atua
sobre o verme encontrado; qual o período pré patente (ppp) deste verme,
que é o período entre a infestação, desenvolvimento de larva/ovo
infectante e eliminação dos mesmos como fonte de contaminação; condição
clínica do paciente: contaminação ambiental; introdução de novos
indivíduos; coberturas; gestações, enfim tudo o que é necessário para
uma máxima atuação do medicamento e minimização dos riscos a saúde do
seu amigão.
PRINCIPAIS PARASITAS DE CÃES E GATOS (1):
Toxocara canis
(cão) não necessita de hospedeiro intermediário mas a ingestão de ovos
por aves e pequenos mamíferos que depois venham a ser ingeridos por cães
podem contaminá-lo; VIAS DE TRANSMISSÂO (VT): oral, transmamária e
intra uterina. Afeta principalmente filhotes causando dor abdominal,
diarréia e vômitos; em adultos é assintomática mas continuam
contaminando o ambiente.
Localização: intestino delgado (ID) na forma
adulta. Larvas podem ser encontradas em pulmões, músculos, sistema
nervoso e fígado.
PPP = 2-4 semanas dependendo da via de infecção (o reforço do vermífugo depende deste período).
Potencial
zoonótico: larva migrans visceral ( larvas migram em órgãos como o
fígado . lesando-o) e larva migrans ocular (cegueira!).
Toxocara cati
(gato) não necessita de hospedeiro intermediário mas a ingestão de ovos
por aves e pequenos mamíferos, que depois venham a ser ingeridos por
gatos, podem contaminá-lo; VIAS DE TRANSMISSÂO (VT): oral e
transmamária.
PPP= 8 semanas
Toxascaris leonina (cães
e gatos) não necessita de hospedeiro intermediário mas a ingestão de
ovos por aves e pequenos mamíferos que depois venham a ser ingeridos por
cães e gatos podem contaminá-los. VIAS DE TRANSMISSÂO (VT): oral.
PPP= 10 semanas
Neste
grupo chamado de Ascarídeos, após a utilização de vermífugos em animais
extremamente parasitados, podem ocorrer reações alérgicas com edema e
hemorragias intestinais nos locais onde os vermes estavam fixados na
mucosa e esta reação pode ser fatal!
Sintomas clínicos: Em
infecções maciças pode haver pneumonia, edema pulmonar, tosse, descarga
nasal, aumento da freqüência respiratória, produção de muco nas fezes,
obstrução e perfuração intestinal, peritonite.
Em animais jovens é importante repetir os exames caso resultado seja negativo.
GATOS não apresentam sintomas respiratórios.
CONTROLE AMBIENTAL
IMPORTANTE
RESSALTAR QUE OS OVOS DESSES PARASITAS SÃO ALTAMENTE RESISTENTES ÀS
CONDIÇÕES AMBIENTAIS, PODENDO PERSISTIR NO AMBIENTE POR ANOS!!
UTILIZAR CALOR SECO E DESINFETANTES A BASE DE AMÔNIA QUATERNÁRIA.
REPETIR A APLICAÇÃO A CADA 15 DIAS.
RECOLHER AS FEZES DIÁRIAMENTE TANTO NO AMBIENTE EM QUE O ANIMAL VIVE, QUANTO NOS PASSEIOS.
PARQUES INFANTIS E PRAIAS NÃO DEVEM SER FREQUENTADOS POR CÃES E GATOS.
É UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA E VOCÊ TAMBÉM É O MAIOR RESPONSÁVEL!!!!!!
PROGRAMA DE VERMIFUGAÇÃO PARA ASCARÍDEOS:
Faça exames de fezes nos seus animais ao menos 2x/ano.
Maior
importância deve ser dada para fêmeas em gestação! O ideal é vermifugar
antes da cobertura, com 42 dias de gestação e 21 dias no pós parto.
Filhotes de cães de ninhadas MUITO infestadas: aos 15 dias, 30 dias, 45 dias, 60 dias
Filhotes
de gatos: como não há infecção transplacentária, iniciar com 3 ou 4
semanas de vida. Repetir à cada 15 dias por 2 meses.
Febendazol é suficiente na dose de 50 mg/kg
Vermífugos naturais:
esses sim podem ser dados sempre... alho cru, em pó, em cápsulas ou por
decocção ( cortado em pedaços ou esmagado e fervido em recipiente
tampado por alguns minutos - coar) ; farinha de semente de abóbora
(secas e tostadas no forno, depois trituradas ou passadas no
processador); hortelã pimenta ( usa-se o óleo e a infusão (água fervente
é despejada sobre as plantas, e o recipiente tampado durante 10 a 15
minutos - para folhas secas: 4 colheres de sopa por litro de água, e
para folhas frescas: 8 colheres de sopa por litro de água); losna
(infusão de flores), mamona (óleo);
HOMEOPÁTICOS:
o ideal nesse caso é utilizar o medicamento de fundo para que o
indivíduo seja tratado como um todo e como conseqüência, expulse os
vermes pra fora do seu organismo reequilibrado. Alguns medicamentos
homeopáticos podem ser usados focando na presença de vermes, de forma
organicista, física, mas a utilização do medicamento é melhor quando os
sintomas mentais do medicamento também acompanham o paciente. O
medicamento que mais utilizo no consultório é CINA MARITIMA ( verminose
acompanhada de convulsões, indivíduo melindroso, não tolera o toque,
grita quando é tocado, sono agitado, dorme melhor com a barriga pra
baixo abdome duro e inchado, coceira em ânus e narinas, apetite exagerado
que alterna com ausência de apetite).
Não deixe de procurar
orientação veterinária, pergunte, questione, procure alternativas junto
ao seu veterinário de confiança e não esqueça que cada caso é um caso,
único e singular.
Fonte:equipeveterinariafv2010.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário