Trecho retirado e traduzido do site
dos Neighborhood Cats, de New York e um dos projetos mundiais pioneiros e
mais bem sucedidos de Captura, Esterilização e Devolução - http://www.neighborhoodcats.org/HOW_TO_WHAT_IS_FERAL_CAT
"Um gato FERAL é um felino
que retornou ao estado selvagem. São descendentes de gatos domésticos
que se perderam de casa e/ou foram abandonados e forçados a aprender a
viver nas ruas ou em ambientes com pouco contato humano, como armazéns,
fabricas e prédios abandonados.
Na maioria das vezes os gatos
não são completamente selvagens pois ainda dependem de pessoas para
alimentar-se, tanto de alguém que alimenta os gatos da área uma vez por
dia, restos de um restaurante ou lixo domiciliar próximo.
Poucos gatos ferais sobrevivem apenas de caça em ambientes urbanos. ( em
países como Australia e Nova Zelandia e em outros locais isolados com
ecossistemas frágeis, os gatos ferais são considerados pragas, pois são
caçadores extremamente eficazes e conseguem dizimar espécies inteiras em
pouco tempo. )
Há diferentes níveis para um gato feral, dependendo de alguns fatores.
Primeiramente devemos
considerar a idade do gato. Filhotes tem maior chance de serem
socializados e re-introduzidos em uma vida domestica de maneira mais
rápida e bem sucedida do que um gato feral adulto. Outro fator é a qual
geração este gato feral pertence.
Um filhote que nasce nas
ruas de uma mãe que já foi gata domestica é mais propenso a socialização
do que o gatinho de uma mãe que vem de varias gerações de ferais.
A quantidade de contato
humano também é um fator importante para determinar a ferocidade destes
animais. Se os gatos tiverem interação regular com pessoas, mesmo de
longe, como freqüentar jardins de uma vizinhança, eles tendem a ser mais
amigáveis do que aqueles que vivem em matagais ou ruas que poucas
pessoas transitam. Finalmente, há o fator selvagem que é natural a todo
felino e sua personalidade. Casos de gatos adultos, advindos de gerações
de gatos ferais, que foram largamente isolados de pessoas, que foram
domesticados, até acontecem, mas são exceções.
É importante reconhecer que, para um gato feral, a coisa mais humana a ser feita é permitir que continue a viver solto. Tentativas de domesticação desses animais é o mesmo que desejar que um esquilo ou guaxinim sejam animais de estimação – você pode até ter algum sucesso, mas nunca completamente e somente após muito tempo e paciência despendidos.
Mais do que isso, você
não estará dando ao animal a oportunidade de viver a vida a qual ele já
está adaptado. Muitas pessoas bem-intencionadas acham que estão salvando
um gato feral ao resgatá-lo e trazê-lo para sua casa, mas acabam
condenando a pobre criatura a uma vida debaixo da cama e em constante
stress e medo.
A CAPTURA, ESTERILIZAÇÃO e
DEVOLUÇÃO ( C.E.D ) respeita o estado selvagem desse gato feral. A
castração de ferais impede um enorme sofrimento – já que nenhum animal
deveria nascer e ser obrigado a sobreviver nas ruas - e protege o gato
da hostilidade que seu comportamento agressivo possa causar aos humanos a
seu redor. O retorno desse animal ao seu território, onde já conhece as
fontes de alimento e abrigo, dá a eles a oportunidade de viverem entre
os seus e de viverem de acordo com a condição que lhes foi imposta."
O meu próprio gato poderia ter virado mais um feral que ronda o meu bairro.
Sua mãe foi atropelada e ele viveu um mês sozinho nos jardins do meu prédio, rosnando e se afastando das pessoas.
Demorou muito tempo para que ele confiasse em mim e me deixasse tocá-lo.
Mas
como é descrito no texto, ele tinha apenas 3 meses de idade e minha
experiência prévia com gatos me ajudou em uma socialização adequada,
juntamente com a castração, para que ele se tornasse tranqüilo e manso
e, depois de quase um ano, finalmente se tornasse um gato de
apartamento, totalmente adaptado.
Infelizmente não é todo mundo
que está disposto a doar seu tempo para a socialização de um animal, o
que torna o resgate de um gato feral ainda mais dispendioso para
protetores que já possuem recursos escassos.
A maioria das pessoas ignora e
ojeriza gatos ferais, pois ninguém gosta dos rosnados e comportamento
agressivo e territorial que demonstram. Eles são os gatos que ninguém
ajuda, apesar de sua existência ser resultado direito de nossa
irresponsabilidade e ignorância.
Além da pessoa não castrar o
bicho de estimação, ainda o deixou vagando nas ruas, sujeitando-o também
a inúmeras doenças causadas por acasalamento e brigas.
Não é raro testemunharmos o atropelamento proposital desses gatos, ver pessoas encurralando-os, agredindo-os e assassinando com chumbinho.
Se não é possível reverter o
estado selvagem que eles se encontram ou/e encontrar lares para todos, é
necessário atuar na fonte, sendo o C.E.D é a maneira mais humana e
eficaz para impedir que o número de gatos ferais e vitimados cresça.
A castração promove uma redução
na sua agressividade para com pessoas e outros animais, impede os riscos
advindos da reprodução e, ao manter números controlados de colônias em
áreas urbanas, assegura que os indivíduos tenham recursos alimentícios –
mesmo que inadequados em relação a qualidade e quantidade - a sua
disposição, tornando sua sobrevivência um pouco menos sofrida.
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