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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Japão:um país que respeita seus animais



No meio da tarde, em um café de Tokyo, duas amigas se encontram para conversar sobre seus "filhinhos". "Ontem, o Buri-chan comeu demais à tarde e não quis jantar", diz uma delas. "Eu e a Nomu-chan passeamos bastante, ela andou demais e ficou muito cansada", conta a outra. Até parece papo de mães que se encontram na sala de espera do pediatra. Mas na verdade a conversa aconteceu no Inuchaya Nekochaya, uma cafeteria feita especialmente para que os donos levem seus pets. Buri e Nomu são dois cachorrinhos que costumam freqüentar o lugar. Suas donas moram na região e ficaram amigas por causa dos mascotes. "Nós nos conhecemos quando estávamos levando os pets para passear. No começo, eu nem sabia o nome da dona, só o do pet. Os dois são muito amigos", conta a "mãe" da Nomu, Kiyoka Kurayama.
Apesar dessa situação parecer meio inusitada, no Japão o número de famílias que têm pets, mas não têm crianças, é cada vez maior. Segundo dados do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem Estar, em 2005 o Japão teve 21.408 mais mortes do que nascimentos. Por outro lado, o número de cachorros registrados no mesmo ano foi de 6.531.381, 55% a mais do que existia em 1995. Já os gatos registrados foram 12.097.000, o que significa um aumento de 54%.
Com cada vez mais animais de estimação - a maioria morando em apartamentos bem apertados - também cresceram o mercado especializado nos pets e o número de serviços oferecidos. Afinal, quem tem animais no apartamento tem que levar o bicho para passear, tomar banho e brincar fora de casa. Além disso, a falta de exercícios deixa os bichos mais estressados e doentes. E assim surgiram pessoas especializadas em lever cachorros para passear, hotéis e babás que tomam conta dos bichos quando os donos vão viajar e planos de saúde só para eles.
Com tudo isso, o mercado ligado aos pets movimenta cada vez mais dinheiro no Japão. Em 2005, o valor gasto por uma família com seu pet era de ¥ 12.424 por mês, 6,7% mais do que foi registrado em 2000. Mas, fora os gastos básicos com comida e veterinário, muitos donos investem fortunas com extravagâncias como festas de aniversário, coleiras feitas em joalherias e álbuns de fotos. A loja Anna Purena, que fica em Tokyo, por exemplo, é especializada em fazer fotos de pets. Para alugar um vestido de noiva ou um terno para o bichinho e depois ter as fotos gravadas em um CD-ROM, o dono de um cachorro gasta mais ou menos ¥ 31 mil.
Porém, chique mesmo são os bichinhos que têm o privilégio de se hospedar em hotéis de luxo quando seus donos vão viajar. Nesses lugares, os animais ficam em recintos com purificador de ar, umidificador e spa.
E nem quando um desses animaizinhos morre a dedicação dos donos diminui.  O funeral para animais de estimação custa, em média, entre ¥ 18 mil e ¥ 44 mil. O animal é cremado e as cinzas são depositadas em um pote, com foto e nome do bicho. Também existe uma opção para quem quer passar toda a eternidade ao lodo do pet. Existem empresas que depositam as cinzas do animal na mesma urna que seu dono. Dependendo do cemitério e do tipo de urna, o preço pode ultrapassar ¥ 8 milhões. 



Café bom pra cachorro
O Inuchaya Nekochaya é uma cafeteria feita especialmente para os pets. "Este não é um lugar em que os donos podem levar seus cachorros. Neste café é a pessoa que acompanha o cachorro", diz Yasuhiro Niikura, gerente do café.
O estabelecimento é administrado pela Springboard Inc., uma empresa que produz comida para cães e gatos. A companhia resolveu investir no negócio para coletar mais informações sobre os pets e, assim, desenvolver novos produtos que atendam as suas necessidades. Por conta disso, os bichinhos que visitam o café ganham comidas produzidas pela Springboard. Já os donos têm à sua disposição um menu feito para os humanos.  Mas, Niikura conta que as pessoas também podem comer as comidinhas dos seus pets. "Quando estamos fabricando o alimento dos pets, pegamos um peixe, por exemplo, e retiramos a melhor parte para fazer a comida para os gatos. O que sobra vai para o setor da empresa que produz comida para pessoas. A prioridade é o pet e, por isso, o produto é saudável e saboroso".
Fora a comida caprichada, os animais encontram um ambiente em que podem ficar à vontade. Yukari Hamada, que trabalha no café, leva todos os dias suas cachorrinhas, Tirorun e Poporun, para lá com ela. "Minha casa fica a mais ou menos uma hora daqui e trago as cachorrinhas no trem, dentro de uma bolsa bem grande. Elas adoram vir aqui, porque se sentem em casa".
Apesar de ficar à vontade no café, Tirorun, Pororun e todos os cachorros que freqüentam o lugar são bem educados. "Até o momento não tivemos nenhum problema e geralmente aparecem no restaurante pets bem treinados. Nunca aconteceu nenhuma briga entre cachorros", diz Niikura.



Pet shopping
O primeiro andar do shopping Venus Fort, em Odaiba (Tokyo), é liberado para os clientes passear com seus animais, inclusive cachorros de grande porte. Segundo Saiko Suzuki, funcionária da administração do Venus Fort, "decidimos deixar os pets circularem aqui porque esta é uma área para a família e os animais de estimação fazem parte das famílias. Fora isso, no local há várias lojas relacionadas com animais de estimação". Nesse andar do shopping existem três petshops, um quiosque especializado em coleiras chiques e que também tira fotos de animais. O shopping ainda tem uma área própria para que os cachorros possam correr livres - nos corredores os bichos têm de andar presos em coleiras.
Segundo Saiko, tanto cuidado com os animais vale a pena. "O movimento do shopping aumentou depois que passamos a permitir que os clientes trouxessem seus pets. Agora o Venus Fort até promove concurso de bichos de estimação", conta.
Fonte:ipcdigital.com.br

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