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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Catarata em Cães e Gatos


A catarata é uma doença oftálmica que pode atingir cães e gatos. Sendo assim, vou falar como ocorre a catarata no cão e no gato, explicando as suas principais consequências.

O que é a Catarata


A catarata é a opacificação das fibras ou da cápsula da lente. Pode ser originária de problemas congênitos, traumas, inflamações intra-oculares severas, diabetes, intoxicação por naftaleno ou dinitrofenol, pelo processo de envelhecimento (que deve ser diferenciado da esclerose da lente que ocorre em torno dos 8 anos em todos os cães) ou por um defeito hereditário recessivo, que é a causa mais comum.

A lente é uma estrutura biconvexa e transparente que, em seu estado normal, atua focalizando as imagens na retina, através do fenômeno conhecido como acomodação visual. O poder de acomodação no cão é pouco desenvolvido, cerca de 1 a 2 dioptrias (D), sendo que em um humano adulto jovem é cerca de 10 D. Com a idade as pessoas vão perdendo a amplitude de acomodação da lente, e aos 55 anos apresentam cerca de 1,5 D, ou seja, quando a imagem está perto o poder de focalização é semelhante ao de um cão.


acomodacao lente

Figura 1: Desenho esquemático demonstrando a acomodação da lente. Fonte: Slatter, 2005.

Raças Predispostas para a Catarata


No cão, as principais raças predispostas ao desenvolvimento de catarata hereditária são: Poodle, Cocker Spaniel Americano e Inglês, Schnauzer miniatura, Golden e Labrador Retriever, West Highland White Terrier e Afghan Hound.

Catarata em Gatos


A catarata em gatos ocorre com menos freqüência e está relacionada principalmente com o envelhecimento, inflamações intra-oculares ou diabetes.




Figura 2: Catarata madura em cão da raça poodle (A) e catarata madura em gato da raça persa (B).

Causas da Catarata


Independente da causa da catarata quanto mais cedo for diagnosticada e tratada melhores são os resultados, pois não é apenas uma opacificação que leva à cegueira, é uma doença intra-ocular e deve ser tratada como tal. Entretanto, mesmo proprietários extremamente cuidadosos não conseguem perceber uma catarata inicial, pois o exame só é possível com a pupila dilatada, nesse caso é recomendável que seja feito por um oftalmologista veterinário.

A catarata pode ser causada por inflamação intra-ocular (uveíte), mas ela também causa inflamação quando as proteínas da lente se soltam, principalmente nas cataratas maduras. A uveíte não controlada causa dor e pode culminar em glaucoma, pois as células inflamatórias obstruem o ângulo que drena o líquido de dentro do olho (humor aquoso). Então imagine, é como se fosse uma “torneira aberta com o ralo entupido”.


Cão com sinais de uveíte e glaucoma

Figura 3: Cão com sinais de uveíte e glaucoma. Observe olho vermelho e edema de córnea.

Tratamento da Catarata


O tratamento da catarata é exclusivamente cirúrgico. Não existem comprovações científicas de que o tratamento clínico da catarata possa retardar o desenvolvimento da catarata canina e nos demais animais. Como a cirurgia é realizada por facoemulsificação (ultra-som) os melhores resultados são em cataratas imaturas, ou seja, bem iniciais. Mas cataratas maduras também podem ser operadas.

Outro ponto importante é que a catarata canina, não raro, está acompanhada de atrofia progressiva de retina, principalmente nas raças Poodle e Cocker. Por isso, sempre que o exame do fundo do olho não seja possível é indicada uma eletroretinografia em pacientes candidatos à cirurgia, pois se a retina está atrofiada, mesmo com a remoção da catarata o paciente não volta a enxergar. Mas então, se a retina está atrofiada a cirurgia não é indicada? Na verdade, como a catarata é uma doença ela deve ser removida, pois as suas complicações podem levar à perda do olho. A eletroretinografia serve para nos dar um prognóstico, ou seja, quais as chances do animal voltar a enxergar depois da cirurgia.

Prevenção


Não há como prevenir o aparecimento da catarata, mas podemos diminuir a sua incidência não reproduzindo animais afetados. As complicações sim podem ser prevenidas e quanto antes diagnosticarmos a catarata melhor. É importante uma avaliação oftálmica de rotina, principalmente nas raças predispostas. Mas não esqueça que as demais raças e nossos queridos amigos “vira-latas” não estão livres de alterações oftálmicas.
Fonte:oftalmologianimal.com.br

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